Uma análise à Produtividade

Alina OliveiraConsultora, Formadora e Coach

Está na moda falar em Produtividade? Na realidade, trata-se de um termo das ciências económicas que hoje ultrapassa a narrativa dos economistas e está nas nossas conversas quotidianas. Em Portugal, muito especialmente, é uma palavra recorrente de líderes partidários, sindicatos, empresários, jornalistas e de opinion-leaders. A isto devem-se os rankings das mais prestigiadas organizações internacionais que colocam Portugal, no que toca à produtividade e, consequente desenvolvimento económico do país, na cauda da Europa.

 

Os Portugueses e a Produtividade

Uma das definições de Produtividade diz-nos que “é a qualidade daquilo que é produtivo”. Seguindo esta noção, será que os portugueses não produzem com qualidade e não são eficientes?

Produtividade

Todos nós conhecemos pessoas que são ‘fontes de energia’, que se entregam, que vivem o seu trabalho como uma missão, que são workaholics. Outros há também, que são dedicados, que fazem o que é preciso e tentam não falhar, garantindo o seu posto de trabalho e a sua segurança laboral. Mas, há ainda aqueles que não têm qualquer compromisso pela actividade que desempenham, nem pela empresa/marca que representam, são os acomodados, os ineficientes. Mas porque será que temos – novamente segundo as estatísticas, tantas pessoas não produtivas? Talvez a resposta esteja nos baixos níveis de escolaridade e de cultura geral da população portuguesa, sejam trabalhadores ou empresários. Não quer isto dizer que somos menos inteligentes ou que temos menos potencial, quer dizer apenas que temos menos competências sejam técnicas ou comportamentais.

Nas competências técnicas não se consideram apenas o que sabemos fazer, mas como fazemos, ou seja, que processos usamos para pensar, planear, executar, que gestão de prioridades fazemos, como gerimos projectos e como gerimos o nosso tempo pessoal e profissional.

 

Mitos associados à Produtividade

Muitos de nós já induzimos como uma realidade o facto de a culpa do baixo nível de produtividade se dever à falta de esforço por parte dos trabalhadores. Mas é preciso ponderação na análise - Portugal é o quarto país com mais horas de trabalho da União Europeia e está no 12º lugar no que diz respeito ao salário mínimo. Assim, algo está errado sendo que recebemos pouco e trabalhamos um elevado número de horas. Tal como este mito sobre a produtividade existem outros muito interessantes que, depois de analisados, podemos perceber que não passam disso mesmo, de mitos. Como por exemplo:

“É preciso acordar cedo para ser produtivo”.

Recentemente, a revista Thinking & Reasoning revelou um estudo que aponta que a chave para ser produtivo é trabalhar nas horas mais favoráveis para cada um, ou seja, para umas pessoas pode ser melhor trabalhar no horário da manhã como para outras no horário da tarde.

 

“Para ser produtivo temos de fazer várias coisas ao mesmo tempo”.

Enquanto se escreve um e-mail, pensa-se no relatório que temos de entregar amanhã, simultaneamente ligamos para um fornecedor e marcamos uma reunião e ainda respondemos a uma mensagem. Parece produtivo? De acordo com David E. Meyer, da Universidade de Michigan, fazer varias tarefas ao mesmo tempo diminui a produtividade e aumenta a probabilidade de se cometer erros por causa da falta de concentração.

 

Ferramentas de apoio à Produtividade

Como solução existem dois grandes fatores que promovem o aumento da produtividade: a educação/formação e o investimento. A educação/formação atua directamente nas capacidades dos trabalhadores. Mas é necessário ter ao mesmo tempo investimento para criar oportunidades internas, caso contrário os nossos jovens talentos acabarão por emigrar na procura por uma vida melhor. Existe também um enorme suporte a nível tecnológico para o aumento da produtividade. São ferramentas de organização, planeamento e performance como por exemplo o Google Drive que permite o trabalho conjunto, a partilha de documentos e acesso a um vasto leque de ferramentas gratuitas, o Trello que permite criar listas de tarefas, registar o progresso do trabalho e inserir comentários, deixando toda a equipa a par do trabalho realizado, onde quer que se esteja, o Slack (plataforma de comunicação em grupo) e Rescue Time (mostra como gasta o tempo e em que atividades), entre outras.

 

Tendo em consideração estes factos mencionados, seja produtivo, desista da perfeição, diga não às reuniões não produtivas e faça pausas no seu trabalho; tudo isto irá contribuir para que a sua produtividade aumente.

 

Veja os cursos de formação que podem apoiar a sua Eficácia Profissional e melhoria de Produtividade.

Escrito por

Alina Oliveira

Autora do livro “ Resiliência para Principiantes” – ed. Sílabo, 2010.Sou formadora e consultora nas áreas da gestão e liderança de equipas, resiliência, comunicação e gestão de conflitos, gestão do tempo, resolução de problemas, relações cliente/fornecedor.Um dos temas que mais me apaixona é a Resiliência, o que me levou a escrever um livro sobre essa temática: “Resiliência para Principiantes”.
Saiba mais