6 Ideias para aumentar a legibilidade do seu texto

Alina OliveiraConsultora, Formadora e Coach

6 Ideias para aumentar a legibilidade do seu texto

Qualquer profissional que escreva – como, por exemplo, os que trabalham na área da saúde e dos seguros e que devem dirigir-se ao público em geral – deverá colocar-se duas importantes questões: o destinatário será capaz de ler o que escrevi? Se sim, quererá fazê-lo?

A legibilidade é um ponto central na redação de qualquer texto e requer que o leitor:

  1. Identifique as palavras num texto;
  2. Atribua um significado a essas palavras.

Estas duas propriedades permitem que a leitura se torne automática e precisa.

Existirão fórmulas para medir a dificuldade de leitura dos textos?

É seguro afirmar, portanto, que o objetivo de qualquer escritor será conduzir os seus leitores à compreensão de uma mensagem específica. É possível aplicar fórmulas que permitam medir objetivamente a dificuldade de leitura dos textos. Na verdade, vários autores propuseram equações matemáticas que medem a dificuldade experienciada por algumas pessoas na leitura de determinadas composições e as características linguísticas associadas. Grande parte dessas fórmulas analisam o tamanho do texto, o número de palavras familiares, entre outros.

Flesch, por exemplo, utilizou dois índices quantitativos de legibilidade que são calculados sobre duas amostras de cem palavras, uma referente à facilidade de leitura e outra ao interesse humano.

Já Gunning criou um teste mais simples que considera o número de palavras do texto (X), o número de frases (Y), o comprimento médio das frases (X/Y=Z) e a percentagem de palavras com mais de quatro sílabas (W). Esta fórmula, denominada por Índice de confusão, será calculada da seguinte forma:

(Z+W) x 0,4.

Para sua curiosidade, Gunning definiu que, se o resultado for superior a 13 para um texto destinado para o público em geral, existe o risco de confusão.

 

6 Ideias para aumentar a legibilidade do seu texto

Indicamos-lhe, agora, 6 ideias que poderão aumentar a probabilidade de compreensão de um texto por parte do seu leitor:

  1. Utilize, se for apropriado, palavras com um menor nível silábico. As palavras com menos de quatro sílabas pertencem ao chamado “vocabulário hereditário”, partindo do latim até ao português.
  2.  Escolha palavras que apelem para a regra da proximidade. Quanto mais próximos nos sentimos de determinadas questões, mais facilmente lhes prestamos atenção. Assim, ao utilizamos palavras com as quais os leitores se sentirão mais próximos, mais facilmente criaremos condições para que a devida atenção lhes seja dirigida.
  3.  Construa frases curtas, sempre que possível. Introduza uma ideia por frase. Limite o número de ideias numa página.
  4. Resuma os pontos mais relevantes em pequenos parágrafos. Separe o texto por vários pontos para ajudar o leitor a organizar as suas ideias quando lê o texto.
  5. Escolha um estilo de escrita que seja fácil de seguir. Cada pessoa tem um estilo de escrita próprio. Procure o seu!
  6. Apoie-se em ferramentas que lhe permitam melhorar a sua redação. Dispomos, cada vez mais, de aplicações que nos poderão ser muito úteis na construção e edição de textos. Indicamos-lhe, por exemplo, o editor Hemingway para textos em Inglês. Explore-o.

Todas estas ideias poderão levar-nos a pensar que deveremos evitar os desvios poéticos e criar textos mecanicamente embalados em pacotes de pura simplicidade. Porém, lembre-se que os imprevistos poderão igualmente aumentar o interesse do texto e a sua legibilidade.

Assim, alie as boas práticas à sua criatividade. Não deixe de se manifestar por entre as letras; deixe-se embargar pelo gosto de criar um texto à sua medida, mesmo que tenha – até lá – de criar alguma estrutura e de seguir alguns pontos que poderão melhorar a legibilidade.

Escrito por

Alina Oliveira

Autora do livro “ Resiliência para Principiantes” – ed. Sílabo, 2010.Sou formadora e consultora nas áreas da gestão e liderança de equipas, resiliência, comunicação e gestão de conflitos, gestão do tempo, resolução de problemas, relações cliente/fornecedor.Um dos temas que mais me apaixona é a Resiliência, o que me levou a escrever um livro sobre essa temática: “Resiliência para Principiantes”.
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