Admirável mundo novo da Inteligência Artificial

Catarina CorreiaHead of Marketing & Communication na CEGOC

De acordo com dados da Gartner, até 2022, um em cada cinco colaboradores vai dispor de um assistente dotado de Inteligência Artificial que servirá de apoio ao seu trabalho. Para Jeanne Meister, fundadora da Future Workplace, uma organização focada no desenvolvimento do capital humano que orienta as empresas para o ambiente de trabalho do futuro, isto não significa que a Inteligência Artificial nos vai “roubar” postos de trabalho, significa que “vai ajudar-nos a trabalhar de forma muito mais inteligente e eficaz”.

Foi esta uma das mensagens partilhadas por Jeanne Meister no Business Transformation Summit 2018, que decorreu precisamente há um mês, em Lisboa.

A também autora do livro “The Future Workplace Experience: 10 Rules for Mastering Disruption in Recruiting and Engaging Employees”, explicou que, embora apenas 6% dos departamentos de Recursos Humanos estejam a utilizar Inteligência Artificial no local de trabalho, as empresas não devem ter medo da transformação digital, devem antes abraçá-la, pois será graças aos seus acelerados avanços que paulatinamente serão eliminadas da nossa rotina tarefas “mecânicas e enfadonhas” – o que permitirá adotar uma forma de trabalhar mais criativa e essencialmente mais humana, que aumentará a dimensão do papel do colaborador.

 

 

A especialista em Employee Experience Transformation citou o exemplo da cadeia de hotéis Hilton, que já implementou um sofisticado sistema de chatbot para dar conta das centenas de candidaturas que recebe diariamente. Através desta nova forma de interação digital inteligente, é possível identificar as funções a que se candidatam os interessados, realizar entrevistas, informar o status processo de recrutamento e colmatar assim a falta de feedback da maioria das empresas durante as fases de recrutamento.

“Muitas vezes, sabemos mais sobre uma encomenda que fizemos na Amazon do que sobre o que aconteceu com a nossa candidatura a um emprego”, acredita Jeanne, acrescentando que graças a esta alteração, os hotéis Hilton reduziram o tempo de resposta aos candidatos em 85% e demoram agora apenas uma semana!

“Em vez de perguntarmos o que mantém os nossos CEOs acordados à noite, devíamos perguntar o que tira o sono aos nossos colaboradores”

 

 

Sendo uma das 20 profissionais mais influentes do mundo nas áreas de Recursos Humanos e Formação, Jeanne Meister está certa de que as empresas deveriam desviar a atenção do consumidor e passarem a forcar-se mais nos colaboradores e nas necessidades que estes sentem, de forma a entendermos o que falta para que as equipas se sintam motivadas, envolvidas e conectadas com o seu trabalho.

As grandes organizações já estão atentas a este problema e como exemplo, Meister citou o LinkedIn. A maior rede social destinada aos profissionais comprou recentemente a Glint – uma start-up que ajuda as empresas a avaliar o nível de satisfação dos seus colaboradores. “Sentir” os colaboradores é fundamental para que as organizações cresçam e multipliquem os seus resultados. E numa altura em que as empresas têm cada vez mais dificuldade em reter capital humano, é igualmente importante implementar “programas de mobilidade interna de talento”.

 

 

Confrontada precisamente com a enorme dificuldade em reter talento na área das engenharias e tecnologias da informação, a IBM desenvolveu um ambicioso programa de “Retenção Proativa” – através de um programa que analisa diversas variantes de um colaborador (cargo, salário, histórico de promoções e relacionamentos com o chefe de equipa, entre outros) e gera alertas de acordo com determinados algoritmos capazes de identificar potenciais colaboradores “em risco”. Esta solução digital permite intervir no sentido de oferecer algum tipo de mobilidade ou regalia ao colaborador que evite a sua saída da empresa.

Iniciativas como esta permitem que os colaboradores experimentem outros cargos e sintam a sua dedicação valorizada. No final, as organizações ganham na melhoria da taxa de retenção e no compromisso dos seus colaboradores para com o projeto, refere ainda Jeanne Meister, que já reuniu top influencers da General Electric, Walt Disney, American Express, Microsoft entre outras, com vista a orientar a preparação das empresas para o ambiente de trabalho do futuro.

Aproveite para ver ou rever os melhores momentos do Business Transformation Summit 2018 em vídeo, com a presença de Jeanne Meister.

 


Formação CEGOC recomendada: Employer Branding e Employee Experience

Escrito por

Catarina Correia

Com mais de 16 anos de experiência na área de Marketing e Comunicação, sou uma entusiasta do marketing digital, com uma paixão especial por geração de leads e análise de resultados.

Atualmente, como Head of Marketing & Communication na Cegoc, dedico-me a criar estratégias que não só elevam a marca, mas também enriquecem as experiências de aprendizagem.

No centro do meu trabalho está a vontade de conectar, educar e inspirar através de estratégias de marketing bem pensadas e comunicação autêntica. Acredito firmemente que um marketing eficaz pode, e deve, servir como um catalisador para a aprendizagem contínua e desenvolvimento pessoal e profissional. Em cada projeto que abraço, procuro inovar e trazer novas perspetivas que possam não apenas atingir os objetivos de marketing, mas também enriquecer o setor de L&D com insights frescos e relevantes.

Este é o desafio que me mantém motivada e em constante busca por novas aprendizagens e melhores práticas na interseção entre Marketing, Comunicação e Formação.

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