Perfeccionismo: sim ou não?

Por o 31 Julho 2019

Considera-se uma pessoa perfeccionista? É bastante crítico em relação ao seu próprio trabalho? Prefere trabalhar sozinho, ao invés de em equipa, de forma a poder fazer tudo “à sua maneira”? Se respondeu que sim a estas perguntas, não significa que seja propriamente um aspeto negativo da sua personalidade. Por outro lado, pode não se considerar perfeccionista, mas sim uma pessoa exigente consigo própria e que procura sempre fazer o melhor no seu trabalho. Como tudo na vida, a raiz do problema pode ser o excesso.

O perfeccionismo é definido como uma tendência em procurar exageradamente a perfeição. De acordo com alguns estudos, pode desenvolver-se ainda durante a infância, nomeadamente quando as crianças são recompensadas por algum feito académico ou atlético, o que leva ao desejo crescente de agradar os outros, sendo que este sentimento se difunde na vida adulta.

 

 

Características

Uma pessoa perfeccionista é, habitualmente, deveras organizada, atenta aos detalhes, bastante determinada, perseverante, muito focada, comprometida, metódica e meticulosa. Além disso, acredita que não pode errar e não lida muito bem com críticas externas.

 

Prós e contras

Muitas vezes, estas características fazem toda a diferença na vida pessoal e profissional de uma pessoa. Todos pretendemos ser os melhores naquilo que fazemos, pelo que trabalhar nesse sentido afincadamente é sempre um ponto positivo. Contudo, quando somos demasiado perfeccionistas, criamos uma rotina de expectativas tão elevada e desgastante que acabamos por não conseguir lidar bem connosco próprios ou com as pessoas à nossa volta. Além disso, traz dificuldade de adaptação a novas situações, o que pode limitar o seu sucesso.

 

A busca pela perfeição pode levar à frustração

Este aspeto pode gerar angústia e ansiedade. Este padrão de exigência demasiado elevado não deixa que a sua mente descanse e seja leve e bem resolvido, o que faz com que entre num ciclo vicioso e autodestrutivo – o chamado perfeccionismo neurótico, em que existe um comportamento de repetição excessiva de tarefas que se possam aproximar de um objetivo rigoroso. Quando levado ao extremo, pode tornar-se num transtorno obsessivo compulsivo, levar à depressão ou despertar fobias sociais.

Apesar dos pontos negativos apresentados acima, preocupantes para a saúde mental de um indivíduo, o perfeccionismo está em alta, com estudos a apontar para um crescimento significativo desta propensão nas últimas três décadas.

 

Perfeição vs Produtividade

Não confunda estes dois termos e não deixe que o perfecionismo o leve a ser contraprodutivo. Muitas vezes, essa atitude demasiado crítica atrasa o seu trabalho, ao invés de o fazer melhor, o que prejudica a sua performance profissional.  

  • Contudo, nem sempre é fácil desistir de atingir a perfeição, seja por ambientes de trabalho competitivos, pelo próprio orgulho ou personalidade assim como o medo de falhar, este último inerente a muitos de nós. De forma a ser mais produtivo e menos perfecionista, tente olhar para o assunto sob várias perspetivas, afinal “feito é melhor que perfeito”, citando a Executiva do Facebook, Sheryl Sandberg.

 

O perfecionismo não deve afetar o seu progresso e, neste sentido, não é necessário que abdique de ser excecional, mas ao esforçar-se por ser mais produtivo que perfeito significa, por exemplo, que poderá aprender a gerir melhor o seu tempo e os prazos de entrega e até desenvolver e fortalecer a sua inteligência emocional, de forma a conseguir tomar decisões mais assertivas. 

Para saber mais sobre este tema, recomendamos a formação CEGOC Resiliência

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