Aceitar as ideias dos outros para uma construção conjunta, escutá-los e levar em conta as suas propostas, dar-lhes a sensação de serem compreendidos, deixar de lado as nossas certezas para melhor escutarmos e darmos feedback. Se estes são os principais valores da improvisação teatral, por que não os aplicamos ao mundo corporativo?
A força do “SIM”
Numa equipa, todos os elementos podem contribuir com uma “pedra” para o “edifício”; e dizer “SIM” é o primeiro passo para fazer avançar os projetos, já que somos alimentados pela riqueza e o positivismo do outro. Ao destacar os demais, conseguimos uma colaboração serena e mostramos que confiamos também uns nos outros.
O “SIM” desenvolve o poder da escuta, da agilidade, da valorização do outro e da atenção às ideias. Dá-nos todas as ferramentas para alcançarmos um objetivo comum. Além do “SIM”, há o “SIM E AINDA MAIS…” que nos permite ir ainda mais longe. Mesmo que algumas propostas tenham sido abandonadas ao longo do caminho, ninguém se sentirá ofendido, porque o que tiver sido construído, terá sido construído com base nas ideias de todos.
“Se quer ir rápido, vá sozinho. Se quer ir longe, vá em grupo.” Provérbio africano
O novelo de lã
Pense naquele dia em que todos saem de uma reunião de equipa na qual todas as propostas foram rejeitadas. Sentimentos como frustração e deceção surgem, porque não se verificou nenhum progresso no projeto discutido… Por outro lado, imagine desenvolver cada uma das ideias, tal e qual se desenrola um novelo de lã. No seu estado bruto não faremos nada com isso… Mas se desenrolarmos mais o fio poderemos criar uma peça de vestuário!
Se numa história um dos protagonistas recusa, nada acontece. Mas se ele recusa e propõe outra coisa, a história avança, contudo, um dos personagens corre o risco de ficar frustrado.
Exemplo:
“– Gostavas de atravessar aquele rio para tentar encontrar um tesouro?
– Não, porquê?
– Ah… ok…”
Por outro lado, com um estado de espírito de abertura e aceitação, a história pode sempre ir mais longe.
Exemplo:
“- Gostavas de atravessar aquele rio para tentar encontrar um tesouro?
– Sim, que tal levarmos o barco para atravessar o rio?
– Sim, e se eu fosse buscar coletes salva-vidas para o caso de…
– Sim, e se eu fizesse remos maiores para irmos mais depressa…
– Sim, e se…“
O “SIM” é uma ferramenta crucial para abordar a relação com a outra pessoa de uma forma diferente, adaptando-se à mudança, gerindo emoções, stress, conflitos, etc… O “SIM” abraça valores como a escuta, a liderança, a ousadia e a construção coletiva.
Como trabalhar para o “SIM”?
A força do “SIM” é adquirida pela prática do “SIM”. Esta prática pode ser desencadeada pela formação e pelas virtudes da improvisação. A improvisação teatral, por exemplo, permite que pratiquemos de forma lúdica e espontânea, associando as facetas emocional e intelectual.
Acima de tudo, o uso da improvisação é uma poderosa força motriz na experiência da aprendizagem para desenvolver uma abordagem dinâmica capaz de envolver toda equipa.
A improvisação em contexto formativo é:
– Um verdadeiro trabalho
conjunto de confiança mútua;
– A realização do objetivo pessoal e do objetivo comum.
Pense nisso: O “SIM” tem mais força do que o “NÃO”. O “SIM” permite-nos ser ouvidos pelo outro, que se sentirá envolvido. Impor-se através do “NÃO” é frustrante. Colaborar com o “SIM” é uma atitude construtiva.
*Artigo originalmente publicado AQUI.
Autor do artigo: Alain Duluc
Para saber mais sobre este tema, recomendamos a formação CEGOC Técnicas de apresentação
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