O otimismo é um vetor de desempenho?

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Se tivéssemos que definir otimismo, poderíamos afirmar, segundo Epiteto, que o otimismo reside na forma como vivemos uma situação. Ou seja, não é a situação problemática ou a situação em si que nos faz ser pessimista, mas sim a forma como a interpretamos, que define o otimismo.

Qualquer indivíduo sente pessimismo ou otimismo, consoante o seu temperamento e as situações com que se depara. Segundo algumas investigações, a psicologia mostra que podemos reforçar/trabalhar o otimismo.

 

Qual a diferença entre otimismo e pessimismo?

Destes 3 elementos fazem parte:

1. Autorresponsabilidade: é por minha causa ou não?;
2. Relação com o tempo: permanente ou temporário;
3. Interesses de interpretação: geral ou específico.

Por exemplo: "eu geri um projeto e tive sorte, porque o cliente ficou satisfeito" (Este é um exemplo de autorresponsabilidade negativa, porque o sujeito considera que o sucesso não é por mérito, mas sim pelo comportamento de satisfação do cliente)

Ou

"Eu geri um projeto, é normal, estou no topo e quando me preparo bem, ganho, é assim…" (autorresponsabilidade positiva).

A diferença é clara! Os comportamentos favoráveis ao desenvolvimento do otimismo estão relacionados com a capacidade de interpretação dos acontecimentos que se vivem, procurando otimizar os mesmos, para lidar da melhor maneira possível com as situações complicadas ou inéditas.

A dificuldade é que os comportamentos desfavoráveis são mais comuns nos nossos hábitos de agir e nos nossos reflexos comportamentais. Por exemplo:

1. A cultura da crítica:

A crença de que os erros ou as dificuldades permitem aos indivíduos progredir. De facto, o comportamento adequado nesta situação passa pelo desenvolvimento de pontos fortes e reconhecimento de qualidades;

2. Habituação hedónica:

Quando as condições de trabalho mudam positivamente, através do reconhecimento, desenvolvimento profissional e promoção, o impacto ao longo do tempo é relativamente curto. O indivíduo habitua-se e passa a parece-lhe normal.

3. Medo:

quando um individuo é elogiado, por parte do gerente, pelo seu trabalho, o instinto natural passa por desconfiar e pensar: o que é que me vai pedir em troca?

Como fazer isto?

Há coisas que permitem trabalhar o nosso otimismo:

1. Escrever diariamente três aspetos positivos do dia para conduzir a uma postura positiva;
2. Obrigar a considerar os problemas e as dificuldades num ângulo de oportunidade;
3. Gerir a equipa transmitindo valores de líder positivo: direito a errar, criatividade, benevolência…
Para testar esta postura de gerente otimista, é preciso encarar as coisas de forma virtuosa:
1. Melhorar a qualidade de relação nas equipas;
2. Desenvolver comportamentos de cooperação;
3. Efeito induzido no desempenho.

 

"O sucesso não é definitivo, falhar não é fatal: é a coragem para continuar que conta", Winston Churchill.

Annette Chazoule

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